Fernando Sabino escreveu que "crônica é tudo o que o autor chama de crônica". Esse gênero tão apreciado pelos leitores brasileiros geralmente capta um flagrante do dia a dia e o apresenta ao leitor sob um olhar agudo e atento, que pode ser irônico, sério ou poético. Nascida como um texto para o registro dos acontecimentos históricos e verídicos, a crônica transita, hoje, entre a esfera jornalística e a literária.
As turmas de 8º ano (7ª série) se aprofundaram nas leituras e reflexões sobre a crônica brasileira, em que, por meio de um texto mais leve, são expressas as vivências e sentimentos próprios da cultura do nosso país. A partir disso, produziram seus próprios textos, sob orientação da Profª Rosmeiry (Português). Das produções, três foram premiadas e serão compartilhadas neste Blog.
A
idosa
Vovó Alice, uma idosa de 66 anos, tinha dois filhos – um
casal, e dois netos - os dois da filha Joana . Casada por 35 anos com o Sr.
Antônio, morava em São Paulo, zona norte, no Jardim Cloves. Uma mulher sempre
educada, brincalhona, adorava crianças, mimava os netos e sempre apaixonada
pelo marido.
A vovó conheceu o vovô Antônio numa festa, namoraram por
dois anos e aos 20 se casaram. Eles sempre bem de vida, com carro de luxo, casa
bonita, caras roupas de marca e tudo de mais valor. Depois de um ano de
casados, a vovó descobriu que o amor dela era metido a assaltos a bancos, descobriu isso quando ele
apareceu em casa com grande valor em dinheiro. Com isso, ela passou a
investigar, ficaram em crise no casamento durante oito meses. Com o tempo, ela se
acostumou e nunca se intrometeu no serviço dele. Criou os filhos que se
formaram e, já casados, só ficaram ela e o marido na casa. Todos os finais de
semana, eles tinham lugares diferentes para passear, tinham uma ótima vida.
Numa madrugada de sábado, o vovô foi a um assalto. No
processo desse crime, ele teve troca de tiros com a polícia e levou um no
peito, não resistindo e morrendo aos seus 65 anos. Isso foi um choque para a
família, mas a vovó não suportou foi outra perda muito forte, de suas condições
ótimas de vida. Foi morar com a filha e o que a estava deixando viva eram seus
netos.
Passaram 10 meses, ela já não tinha o que fazer, mas logo
teve uma ideia e disse para si mesma: “Vou assaltar um banco em homenagem a
você, Toninho!”
Passou um dia planejando o assalto e marcou para cometer
a infração no nascer do sol, no banco Itaú, na travessa da Oriental. Então, em
pleno dia foi sozinha com um carro,
cometeu o assalto, roubou 50 mil, mas a polícia foi acionada e conseguiram
pegá-la. Foi presa, pegou 15 anos de pena. A família ficou chocada, mas com o
tempo entenderam.
Na prisão, ela estava feliz e falava: “Minha hora está
chegando. Aí eu vou terminar a minha vida completa”.
Faleceu após oito anos, foi enterrada ao lado do marido
e, como ela dizia, ela fez a história e ficou conhecida como a “vovó bandida”.
MORAL: O amor não acaba nem
após a morte.
(3º
lugar: Júlia Beatriz Santos Sobrinho)
* O título da postagem faz referência a resposta de Rubem Braga a um jornalista que lhe havia perguntado o que é crônica.
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