A palavra "crônica" tem origem no vocábulo grego "krhónos", que significa tempo. Para os antigos romanos, designava o gênero que fazia o registro de acontecimentos históricos, verídicos, na ordem em que aconteciam (ordem cronológica) sem pretender refletir sobre eles. A crônica contemporânea brasileira surgiu por volta do século XIX, também como registro jornalístico do cotidiano. Grandes escritores brasileiros da época, como José de Alencar e Machado de Assis, escreveram crônicas com um tom mais literário, o que acabou fazendo com que esse gênero, no Brasil, tivesse características próprias, com um olhar mais crítico sobre situações do dia a dia. Reflexão é também o que propõe a crônica que obteve a segunda colocação no Concurso de Crônicas realizado em 2013, com os alunos de 7ª série (8º ano), sob orientação da Profª Rosmeiry (Português). Ele está a seguir.
Da Terra do Nunca
Houve
um roubo num navio ontem, no oceano Pacífico. Simples, comum, algo extremamente
banal – e resolvido. Mas são poucas as pessoas que conhecem a verdade por trás
de tudo.
O
navio dos meliantes apareceu como por mágica. Uma coisa horrenda, com canhões
na lateral, ancorado no mar como um monstro aquático esperando para dar o bote!
Naquele navio estavam os protagonistas de nossos piores pesadelos: homens
errantes, rudes e sanguinários - os homens do Capitão Gancho! Não se sabe como
vieram para aquele pedaço de mar – talvez tenham sido expulsos da Terra do
Nunca...
De
uns tempos para cá, Capitão Gancho tem estado lelé da cuca, talvez seja sua
idade. Sua sede de vingança não escasseou e Peter Pan continua sendo sua
obsessão. O mais trágico de tudo é que o eterno menino cresceu: ele
c-r-e-s-c-e-u!
Naquele
dia o digníssimo Gancho estava no último estágio. Distante de sua terra,
faminto e ouvindo um zumbido estranho em seus ouvidos; ele deu ordem para os
homens atacarem o navio de carga, pensando ver um garoto flutuando a poucos
centímetros do chão.
No
final, tudo deu errado, claro! A decepção foi tanta que Gancho lançou-se ao
mar, suicidando-se.
(2º
lugar – Giovana Cristina Bastos Oliveira)
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